E lá estavam os nossos antepassados, listando todos os seus bens, perfumados e bem arrumados, com o discurso na ponta de sua língua. Se apresentavam aos bancos com uma lista de documentos e apresentando tudo o que tinham como garantia.
Ainda sim, após um longo diálogo sofrido, saiam desencantados com a triste notícia de que não realizariam os seus sonhos, jamais receberiam o empréstimo (com taxas altíssimas) do banco para o qual se prepararam tanto.
Isso era uma realidade até chegar o Private equity, uma categoria de investimentos que salvou a vida de empresas e trouxe grandes oportunidades aos investidores.
Private Equity, O que é isso?
Apesar de não ser muito conhecido, o Private equity, ou traduzido como “Ativo privado”, ou ainda como “Patrimônio privado”, já existe desde os anos 80, nos Estados Unidos, onde foi criado.
Private Equity é um sistema de fundos, onde o investidor compra uma parte de uma empresa que se encontra em estágio de crescimento, logo, não se encontra na lista da bolsa de valores, esse processo acontece privadamente, assim, o investidor se torna sócio e pode participar ativamente na gestão da empresa.
Geralmente, ao fim do investimento, que pode durar em média até 10 anos, o investidor acaba por vender a sua parte por um valor muito acima do inicial.
Esse mercado cresce?
Apesar de ter sido criado nos anos 80, e não ser tão comum, um estudo da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital, mostram que os investimentos nessas duas áreas mais que dobraram em 2021, indo de R$ 17, 2 bilhões, para R$ 38 bilhões, e os principais investimentos são em varejo, estética, comunicação, serviços financeiros e TI.
É vantajoso?
Como todo investimento há riscos, no entanto, há grandes vantagens nessa categoria de investimento: os investidores terão um grande retorno a longo prazo, além disso, podem auxiliar as empresas com seus conhecimentos e tendo um controle maior sobre o mesmo, como já dito anteriormente.
Há também uma melhora na imagem, diante do mercado, tanto para o investidor, como também para a empresa, aumento de recursos para a empresa, competitividade no mercado, como também a possibilidade da entrada na bolsa de valores.
É arriscado?
Riscos são reais em praticamente todas as formas de investimento, portanto, é sempre importante entendê-los.
Dentre os riscos, há aqueles administrativos, como a separação de sócios, perda do controle, maior burocracia quanto a prestação de contas, além, obviamente, do tempo para que esse retorno chegue, muita coisa pode acontecer na empresa e no mundo, que, pode dificultar o andamento dos negócios da empresa.
Então, analise bem a empresa onde decide investir, pois, empresas de menor porte, tendem a enfrentar maiores riscos conforme os abalos que o mundo esteja sofrendo, além de poder não se desenvolver muito bem durante o período de investimento, o que pode gerar muito mais danos do que lucros e até mesmo, impedindo o seu resgate, se o mesmo não for flexível.
Fundos como Private equity
A grosso modo existem outras três formas de investimento semelhantes a Private equity: investidor anjo, seed capital e também a Venture capital.
Investidor anjo: se tratam de empresas que acabaram de iniciar ou que ainda estão nos planos, geralmente o seu valor de investimento fica entre R$ 50 mil a R$500 mil, sendo o menor investimento.
Esse estilo de investimento pode trazer grandes riscos, por ser iniciante e ainda não ter nenhum capital, porém existem grandes chances de retorno. Investidores anjos tendem a investir em empresas de conhecidos, locais, parentes, etc.
Seed Capital: este já se trata de uma empresa já estruturada, que possui clientes, mas que ainda está engatinhando em seus negócios, seus investimentos variam de R$ 500 mil reais a R$ 2 milhões os riscos são menores que o investimento anjo, porém, maior que o Venture capital.
Venture Capital: Já o Venture capital, trata-se de empresas que já estão no mercado, e que possuem um lucro nas casas dos milhões, essas recebem um investimento que varia entre R$ 2 milhões a R$ 10 milhões.
Já a Private Equity são para empresas que possuem lucro acima de R$ 100 milhões, seu investimento geralmente está acima de R$ 10 milhões.
Mas eu preciso ter R$ 10 milhões para investir em Private equity? A resposta é não, e explicaremos do que você precisa realmente.
Qualificação para a Private equity
Devido aos riscos, esse tipo de fundos não é liberado para todos, você não precisa ter R$ 10 milhões para investimento, no entanto, precisa ser um profissional certificado nessa área, ou já ter investido R$ 1 milhão em outros fundos.
Se você não está qualificado, não se desespere, as regras podem mudar, então, é importante estar atento ao mercado financeiro, mas, para você que se adéqua ao perfil de fundos, ainda sim, é importante analisar bem, se essa categoria se adéqua ao seu perfil de investidor.
Vale a pena, deixar o seu dinheiro investido por tanto tempo? Os riscos valem a pena? A empresa que serão compradas têm um bom futuro? Você confia nos analistas do fundo? Essas são algumas perguntas que você deve fazer.