A tokenização é o processo de conversão de um ativo físico em um equivalente digital chamado token. Essa tendência ganhou força nos últimos anos e imóveis, carros e até ações estão sendo negociados dessa forma.
A tecnologia dos tokens é baseada em blockchains já existentes, ou seja, são ativos criptografados que precisam ser emitidos e negociados em certas redes. O blockchain concede aos usuários a tecnologia necessária para emitir um token e registrá-lo de forma pública, garantindo a propriedade de quem emitiu.
Ao emitir um token, o usuário ganha com o aumento da liquidez do ativo, que agora pode ser negociado de forma totalmente digital, além de poder fracioná-lo em diversas partes menores. Outra vantagem é a confidencialidade e autonomia. Qualquer um pode pegar um ativo, como um apartamento, transformar esse imóvel em um token, sem a necessidade de entrar em contato com um banco, cartório ou qualquer outro tipo de órgão regulador.
Para demonstrar o sucesso dessa estratégia, bancos centrais e governos estão planejando tokenizar suas moedas fiduciárias. Muitos estudos estão sendo feitos para compreender novos modelos de negócio que vão surgir dessa tecnologia. A expectativa é que essa prática seja comum no futuro, com pessoas transferindo a propriedade de imóveis através de tokens, transformando seus dados em tokens para vender no Facebook e mais um universo de possibilidades.
Exemplo de como funciona
Os tokens são dados criptografados que funcionam dentro de redes blockchain. Eles fazem parte de uma rede maior, que utiliza sua tecnologia própria, para transferir dados criptografados entre usuários.
Utilizando chamados “Contratos inteligentes” ou Smart Contracts, as redes fazem um registro da troca de tokens entre usuários. Garantindo a legitimidade da transação de bens. Veja um exemplo prático:
- Você quer vender seu imóvel, mas não quer ir até o cartório para transferir o título da propriedade. Logo, pensa em usar a tecnologia dos tokens.
- Você acessa uma rede como a Binance Smart Chain e através de um aplicativo transforma esse título de propriedade em um token.
- Na mesma plataforma, você cria um contrato no qual você oferece esse seu token pelo valor de R$ 300.000 em criptomoedas.
- Um comprador interessado acessa a plataforma, vê o imóvel, assina o contrato e recebe o seu token de propriedade.
- Pronto. Você recebeu o dinheiro e o comprador recebeu o título de propriedade, tudo através da internet, sem intermediários tradicionais e totalmente criptografado.
O exemplo acima é apenas uma projeção de um caso que pode ser realidade no futuro. No momento, mercados tradicionais como o de imóveis ainda não foram tokenizados e não sabemos se a moda realmente vai pegar.
As vantagens desse sistema
A maior vantagem do token é que ele não depende de uma única empresa ou grupo para sua sobrevivência.
Os programas de fidelidade de cartão de crédito provavelmente já acumularam pontos em seu nome, certo? A capacidade de negociar livremente esses pontos geralmente não é permitido.
Da mesma forma, o emissor tem controle total sobre os pontos, ele quem decide se você pode trocar por milhas ou outros prêmios. Logo, os pontos são seus mas não estão sob o seu controle.
Os tokens vão mudar esse cenário. Os pontos de fidelidade serão independentes de um controle central e como resultado os usuários vão poder manter eles em sua posse, mesmo que a empresa emissora venha à falência.
Da mesma forma, um token que representa um ativo real, como o ouro, pode ser trocado livremente entre seus detentores, sem a necessidade de intervenção de um emissor.
Situação dos tokens no Brasil
A tokenização é uma tecnologia que está sendo discutida no Brasil, empresas do ramo já estão participando de sandbox regulatórios. Em 2021, o sandbox regulatório da CVM, que conta com a participação da Vortx QR Tokenizadora, buscou entender melhor os detalhes jurídicos no mundo dos tokens e finanças. Sendo uma área que ainda está dando seus primeiros passos em território nacional, somente o futuro irá dizer se os tokens realmente vão ser a nova forma de negociar ativos.
