O movimento “software livre” surgiu nos anos 80, por Richard Stallman, que acreditava na liberdade dos usuários. No Brasil, o movimento ganhou força nas universidades, associações, e também, em diversas prefeituras e até governos do país.
O movimento foi fundado em 1985, porém, um ano antes disso, Richard Stallman trabalhava no laboratório de inteligência artificial do MIT. Um dia, Richard encontrou um erro de software em uma impressora e ao pedir o código fonte para a empresa, para poder corrigir o erro, se frustrou ao ver o seu pedido negado.
Foi a partir daí que Stallman decidiu criar um mecanismo que todos pudessem copiar, redistribuir e modificar, dando assim a origem à licença GPL. Após isso ele fundou a FSF (Free Software Fundation), onde desenvolveu o projeto GNU.
O que realmente é o movimento software livre?
Em resumo, a ideia é a de que os usuários tenham a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software, eles enfatizam que sua intenção não é de tornar um software gratuito, mas de torná-lo realmente seu quando você o adquire.
A sua principal visão é a de que o usuário use o software e não de que ele seja usado pelo criador através do software. Eles apontam que os desenvolvedores, muitas vezes, possuem acesso ao programa do usuário, podendo alterar e até mesmo espionar o usuário.
Pode até parecer boatos de conspiracionistas mas sabemos muito bem que isso de fato pode ser real, como no caso de programas de espionagem, como os que Edward Snowden denunciou e até mesmo das permissões que você precisa autorizar em seus programas e aplicativos, tal como o Facebook.
Sendo assim, o software livre não se trata de vantagem que os outros softwares não possuem mas sim da liberdade.
Como, por exemplo, a liberdade de cooperação, porque não posso emprestar um software para um amigo? Porque não posso entregar uma cópia para ele? Porque não posso alterar o meu próprio produto?
Não confunda software livre e código aberto.
Apesar de os nomes serem parecidos, os ideias são bem diferentes, o movimento “software livre”, acredita na liberdade do usuário, enquanto, que, o código aberto, valoriza mais a sua vantagem prática.
O software livre respeita o usuário e o que ele pode fazer sobre o produto que adquiriu. O código aberto, pensa na praticidade que o software livre traz consigo.
Para o código aberto os critérios são mais flexíveis, portanto, todos os softwares livres são abertos, mas nem todos os códigos abertos são softwares livres.
Uma das diferenças está nas restrições que algumas licenças de código aberto possuem: como não permitir uma versão modificada que possa ser usada de forma privada. Outra diferença é quando existem adicionais nos executáveis que não são exatamente livres.
Quais são os softwares livres?
Você pode até não concordar com o movimento, mas concordando ou não, é praticamente certo que você use softwares livres. Veja alguns exemplos:
Android. O android tem base no Linux, e certamente é a plataforma mais usada em todo mundo, nos smartphones.
Firefox. Um dos navegadores mais usados, e responsável por tornar popular o uso de abas.
Programas de terminais eletrônicos. Seja os de caixas de supermercados, como também de alguns bancos, como Caixa econômica federal e Banco do Brasil, diversos terminais eletrônicos possuem sistemas de códigos abertos.
Audacity. Se você costuma editar áudios, deve conhecer o Audacity, este, grava, edita, exporta, importa, etc. Ele possui uma variedade de recursos, e é um dos mais procurados.
Argumentos contra o movimento Software livre.
A ideia do movimento é que os usuários de computadores devem ter a liberdade de alterar os códigos de um programa para que ele se adapte ao que você precisa, como também a liberdade de redistribuir cópias do mesmo programa para as outras pessoas, inclusive, com versões aprimoradas.
No entanto, esses ideais seriam barrados pelo que hoje é conhecido como o sistema de direitos autorais, pois o mesmo designa quem seriam os reais donos de tais programas. Segue dois dos principais argumentos:
Pirataria
A prática seria considerada pirataria e roubo, um dano causado ao proprietário intelectual do produto. De fato os termos usados são um tanto quanto exagerados, uma pessoa que produz uma cópia de um produto de software livre, mesmo que seja para venda, não deveria, de modo algum, ser associado à um pirata.
Perdas econômicas
O segundo argumento é relacionado às perdas econômicas, visto que o dono do produto não lucra com a versão livre. Para o movimento, a real perda seria se o produto fosse comprado por outro vendedor além do original, porém, de fato, ninguém compraria um produto, se posso adquirir uma versão alternativa (legal), com o mesmo desempenho.
Falta de Resolução
O maior problema de polêmicas envolvendo softwares livres não é termos uma situação a se resolver, é sobre quem lucra com isso não querer resolver. Por que não temos leis mais claras, tanto no Brasil, como no resto do mundo sobre propostas como o software livre?
A capacidade de desenvolver softwares sem tantas barreiras pode ser uma melhora importante para diminuir os custos no mundo da tecnologia. No entanto, a questão não é como resolver o problema, mas se quem pode resolver o problema quer que ele seja resolvido.